No curso APG sênior, da Amana-Key, tive a oportunidade de assistir a um vídeo muito interessante, de um morador do Vale do Jequitinhonha, chamado Geraldo Nobre. Lá, ele usou um termo chamado “Inteligência Alternativa”, que acredito ser fundamental para todo e qualquer líder.
Na verdade, Inteligência Alternativa significa procurar fazer mais com menos. Usar e maximizar o que se tem, inclusive no que diz respeito ao potencial das pessoas.
Além disso, sempre perguntar “para que?” fazemos o que fazemos. Qual é o nosso objetivo? Não perder isso de vista é como ter sempre à mão uma bússola a nos indicar a rota do nosso destino. E isso nos ajuda, muitas vezes, a antecipar dificuldades ao longo do caminho. O que nos faz pensar que o melhor momento para mudar seja justamente quando se está bem, pois se esperarmos os problemas aparecerem, talvez seja tarde demais para alguma reação.
E aqui vale uma dica importante: se uma estratégia não funciona, você, enquanto líder, deve tentar uma estratégia diferente. Isso é importante porque as pessoas tendem a repetir ações e estratégias que não dão certo simplesmente pelo fato de que não querem parecer erradas — a vaidade é uma coisa difícil de vencer. E se esquecem que num processo, o que deve ser preservado são os objetivos e os valores, e não as estratégias. Afinal, não se mede uma empresa por suas estratégias, mas por seus resultados.
Sei que dizer isso parece muito óbvio. Mas o fato é que, tenho visto, as empresas estão repletas de “ciclos viciosos”, ou seja, de ações que se repetem sem dar resultados e que são praticadas sem que ninguém saiba mais a razão. Aqui a presença do líder é crítica. O seu papel é transformar esses “ciclos viciosos” em “ciclos virtuosos”, ou seja, em ações que levem ao crescimento constante da empresa, com resultados consideráveis. Isso às vezes exige evitar falsos atalhos, como aqueles que indicam reformar, remendar ou supostamente melhorar o que já existe. Nem sempre isso é possível. E reconhecer esse estado exige grandes doses de coragem. Há momentos em que o líder precisa ser decisivo e reinventar um outro processo, começando do zero.
Em determinadas situações, só reformar (ou remendar e melhorar) pode levar a uma situação cada vez pior no longo prazo, pois mantém-se uma base problemática. Ora, não seria o caso de começar alguma coisa diferente, a partir de uma base limpa, com o propósito de olhar para frente — sem preservar o que não faz mais sentido? Ou seja, muitas vezes, o que as empresas precisam não são de reformas, mas sim de fazer “o novo”, começando do zero.
Uma pergunta que sugiro que você faça a sua equipe, em especial quando for fazer o planejamento estratégico, é:
“Se fôssemos começar nossa empresa do zero, com o conhecimento, know-how e tecnologia que temos hoje, qual empresa gostaríamos de ter?”
A resposta certamente mostrará um gap entre a realidade e o ideal. O plano de ação deverá, portanto, contemplar justamente isso: reduzir o gap, a ponto de eliminá-lo, com coragem para descartar o que é inútil, jogar fora o que não serve mais.
No meu papel de líder e gestor sempre procuro migrar do questionamento que oscila entre o certo ou errado para o funciona ou não funciona. O certo ou errado aqui não têm o sentido de ser correto ou não. O que quero dizer é que, muitas vezes, nos prendemos a práticas antigas, que não funcionam mais, pelo simples fato de, por exemplo, estarem em uma normal que foi construída há anos ou, até mesmo, há décadas, apenas por ninguém, em especial o líder, ter tido a atitude de entendê-la, questioná-la e alterá-la para permitir práticas que tragam resultados.
O meu compromisso, e torço para que este seja o seu também, é: fazer as coisas acontecerem!